Revista Ler, espalhadas pelo chão, à espera das outras em limpeza e arejamento. Levo algumas para ler à noite, letras pequenas que agora me torturam a cabeça. Como era possível lê-las, horas a fio, nos idos anos 1990 - algumas são ainda de 1995, sob a direção de Francisco José Viegas (FJV). Nas primeiras páginas a crónica do editor, ele próprio, a cascar nos secretários de estado da cultura, Santana Lopes e depois Manuel Frexes. Nesse tempo, quem pensaria que FJV seria secretário de estado da mesma pasta, uns anos depois? E noutra revista, Manuel Maria Carrilho, em entrevista sobre a filosofia portuguesa (discutia-se muito na altura o ser português). Uns números depois, o mesmo Carrilho já tinha assumido o ministério da cultura, na governação de Guterres. É isto a história, um fragmento dela em revistas, lidas por mim e arranhadas pelos meus gatos.