sexta-feira, abril 24, 2020

Miguel Portas há 8 anos

 (Miguel na Biblioteca de Loulé, em janeiro de 2012-foto minha)

Cito o que escrevi há oito anos, horas após saber da morte de Miguel Portas, em Antuérpia, a 24 de abril:
Miguel Portas morreu há pouco, em Antuérpia. Acompanhava a evolução da doença que o preocupava desde há dois anos. Mesmo com metástases a reaparecerem o Miguel veio a Loulé fazer uma conferência sobre a Europa, onde mostrou mais uma vez as suas qualidades de lutador, criativo e inteligente a explicar as suas ideias. Recordo-o em Tavira, nos anos 80 quando escrevia para o Expresso, ainda em fólios numa máquina de escrever; lembro-me dele na ilha da cidade tentando convencer-me com a leitura do livro «O partido com paredes de vidro». Um dia aparece-me em Faro, para trabalhar num curso que então fazia, ensinando a sua economia de justiça e igualdade cooperativa. Na altura andava às voltas com a bela revista Contraste, que dirigia com Paulo Varela Gomes. Mais tarde vejo o seu nome na Vida Mundial. Uma enorme sede de construção de um mundo diferente, onde a cultura e a solidariedade fossem o quotidiano. Mesmo à distância, ele é um amigo que nos deixa saudades e nos lega inquietudes que queremos preservar.