Já não temos Marx, Williams e E. P. Thompson, nem Bourdieu, Hobsbawm ou Clifford Geertz. Mas ainda nos restam Agamben, Chomsky e Harvey, entre outros pensadores marxistas. De alguns, tenho lido entrevistas ou comentários, caso de Giorgio Agamben (já tratado em post abaixo), do sociólogo francês Alain Touraine e do linguista norte-americano Noam Chomsky. De todos, respigo a rápida lucidez e a profundidade do geógrafo e sociólogo David Harvey, na revista «Jacobin»:
Quando tento interpretar, compreender e analisar o fluxo diário de notícias, tendo a colocar o que acontece no contexto de dois modelos distintos mas relacionados sobre o funcionamento do capitalismo. O primeiro é o mapa das contradições internas da circulação e acumulação do capital à medida que o valor monetário procura o lucro através de diversos “momentos” (como Marx lhes chama) da produção, realização (consumo), distribuição e reinvestimento. Este é o modelo da economia capitalista como uma espiral infinita de expansão e crescimento. Torna-se muito complicado quando é elaborado, por exemplo, através das lentes das rivalidades geopolíticas, dos desenvolvimentos geográficos desiguais, das instituições financeiras, das políticas públicas, das reconfigurações tecnológicas e das formas sempre mutantes das divisões do trabalho e das relações sociais.
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