Nesta crise de saúde pública e de política, temos lido nomes conceituados da filosofia e de outras ciências sociais, quase todos pensadores reconhecidos há muito (quase todos já velhos) no pensamento moderno: Touraine, Chomsky, Morin, Harvey, etc. Em Portugal, José Gil tem pensado a idiossincracia portuguesa na esteira de antigos antropólogos, no caso no seu livro «Medo de Existir». O seu recente ensaio, publicado no jornal Público de há uma semana, traz um pensamento interessante, com base nos conceitos de desterritorialização social, que muitos sociólogos em Portugal têm estudado, mas a sua novidade é a articulação daquele com a subjetividade digital, no contexto da pandemia atual. A sua conclusão encaminha-se para a ideia de um capitalismo numérico, como sucedâneo do capitalismo financeiro que hoje adapta novos caminhos de recuperação, por via dos seus monopólios tecnológicos e do controlo da economia dos dados. O melhor é conhecer todo o ensaio de Gil que pode ser lido aqui.