[a propósito deste post]:
Os banhos de 23 ou de 28 de Junho, no auge dos Santos deste mês, são as formas mais arcaicas, e ao mesmo tempo inteligentes, da coesão popular rural. Repare-se no elemento primordial representado pela água (foi dela que nasceram os primeiros seres unicelulares e a vida de todos os mamíferos depende do seu seio) onde as abluções representaram sempre a ritualização da fecundação, da renovação e da regeneração das pessoas. O fogo - aparentemente elemento contrário - é o seu complemento enquanto vertente da criação e da destruição (nada pode nascer sem uma morte contrária). Daí a importância dos banhos de Junho, bem como dos de Agosto, tradição que estudei em Aljezur e em Monchique.