Como tinha previsto, no post que escrevi no domingo, o problema das demolições das casas ilegais nas ilhas-barreira da Ria Formosa, por via do Plano de Ordenamento da Orla Costeira, começou já a receber as primeiras manifestações de desagrado. E como também se previa no mesmo texto, bem como nos respectivos comentários, são políticos com responsabilidades na nossa praça que vêm defender os seus mesquinhos interesses. Quer seja pela via do consentimento, quer seja pela via do populismo mais reaccionário. Ora vejam só: o «Jornal de Notícias» de hoje [notícia apenas disponível na capa], mostra a fotografia da casa ilegal do actual governador civil (leram bem!), na Ilha do Farol. O dito, após algumas desculpas de direitos adquiridos vai dizendo que até dará o exemplo. Não lhe custará muito, com toda a certeza. No mesmo jornal, o porta-voz das associações da Ria Formosa contesta as demolições. Sabem quem é este porta-voz? João Bonança, presidente da Câmara de Olhão durante vários mandatos, durante os quais as casas nas ilhas da Fuzeta e da Armona cresceram como cogumelos. Os actuais presidentes das Câmaras de Olhão e de Faro, responsáveis máximos pelas construções ilegais nas ilhas, aparecem a contestar o Plano e a defender uma coisa chamada plano de pormenor, para adiar as verdadeiras soluções. Eu não vos tinha avisado?!