quarta-feira, março 31, 2021

As eleições autárquicas em Loulé

 

Parece que o PSD/Loulé abandonou a ideia, referida pela comunicação social algarvia, de realizar uma sondagem (não sei se interna, se pública) de primárias entre três dos seus aparentemente melhores candidatos: Rui Cristina, Miguel Madeira e Bruno Inácio. Alguém, de dentro, tinha dito que seria uma estupidez acordar que o candidato escolhido para a candidatura à presidência da Câmara, mesmo que fosse derrotado, deveria ser o candidato nas próximas eleições. Sem perceber o quadro de mudanças locais que ocorrem em quatro anos entre eleições, seria deitar à rua os anos de travessia do deserto. Entretanto, não sei por que motivo, Rui Rio antecipou-se, validou e apresentou a candidatura de Rui Cristina à Câmara de Loulé, contra Vítor Aleixo, que já anunciou a sua última candidatura, esquecendo os outros dois putativos candidatos.

O PS está fragilizado em Loulé e a falta de uma estratégia coerente de gestão da CML, marcada por gestão à vista, muito show off baseado nos conceitos vácuos de ecologia climática e ambientalismo virtual, deixam Aleixo à deriva, sem poder. Tudo dependerá, como sempre, do populismo das obras dos restantes meses e dos resultados da gestão da pandemia. Acrescentando o proselitismo, que o PS introduziu na Câmara, com ofertas de cargos de responsabilidade para toda a gente que cola cartazes e envia mensagens, talvez a luta seja mais equilibrada, contra um candidato de direita desconhecido da população e fechado na sua bolha de deputado nacional.

Espera-se uma palavra do Bloco de Esquerda, a oposição que tem defendido uma política séria de defesa dos direitos locais na Assembleia Municipal, mas sem força para se intrometer no jogo bipartidário do concelho.