Sei do que falo. Quando fiz a pesquisa documental para o meu doutoramento, fui obrigado a forçar o acesso ao fundo documental que me interessava, falando com o responsável do centro que é meu amigo, usando apenas e só o meu estatuto de investigador. O excesso de zelo de alguns técnicos, que sobem depressa devido a cunhas, só estão lá para dificultar o trabalho dos outros, como se não fossem simples funcionários de serviço público. O PCP tem a mesma posição. Apesar de ser detentor de um arquivo privado e não público, com 100 anos de existência, ainda considera filtrar o acesso às suas fontes documentais, como se fosse a autoridade de toda a história. Perante a carta de cinco investigadores, reconhecidos na historiografia da academia e no público (um deles, membro do próprio partido) recusou abrir o arquivo, ao invés de estabelecer critérios justos de abertura negociada com os mesmos. Mas não se coibiu de, na antologia de textos insertos no catálogo dos 100 anos, coordenado pelo historiador José Neves, censurar textos e referências de militantes e dirigentes que fizeram a sua história e a história do país, como Júlio Fogaça, Francisco Martins Rodrigues ou Carlos Brito. Assim se vê a história do PC.