A tendência sádica para impermeabilizar tudo o que é estradão ou estrada de terra batida, corre a passos largos, de máquina e cilindro, no concelho de Loulé, mesmo nos locais mais recônditos. Na vertente norte do cerro de Cabeço de Câmara, nos estradões que permitiam grandes percursos de bicicleta ou a pé, entre a cidade e este território, surge agora um tapete negro, entre o maqquis mediterrânico. Não se percebe! A área não tem povoamento, o tráfego é irrisório e, onde devia haver circulação lenta, há agora uma verdadeira auto-estrada. Para que serve, pergunta-se? Para os camiões de jardinagem e da construção civil lá depositarem os seus inevitáveis detritos e entulhos. Antes disfarçavam-se na natureza, agora são a estética do alcatrão.
