Por esta altura está a decorrer a manifestação contra as portagens na Via do Infante. Muita gente vai percorer a EN 125 para mostar ao governo que esta não é uma alternativa. Os argumentos são muitos e juntam toda a gente: empresários, sindicatos, hoteleiros, comerciantes, políticos de todas as áreas. Uma espécie de consenso de uma pseudo-região independente, diferente das outras em que se pagam portagens para circular. Portanto uma região em excepção. A nota de descontentamento foi dada pelos empresários de turismo que acharam que assim os turistas não poderiam deslocar-se ao Algarve, coitados, devido ao preço das portagens. Também o comércio, os industriais de construção e todos os outros que vivem à sombra da monocultura do turismo fizeram coro. E assim a corda engrossou. O povo esse não protesta. E não o faz porque não circula de carro; viaja em autocarros e comboios entre os locais de residência e de trabalho e ao fim de semana passeia, a pé, ao pé de casa. Para que se perceba o problema, as portagens na via do infante não devem ser só encaradas na perspectiva regionalista ou familista dos interesses do poder no Algarve. O argumento do turismo é para além disso submisso e oportunista. Eu direi mesmo: se pago portagens em todas as minhas deslocações, fora do Algarve, porque não pagarão aqueles que ao Algarve se deslocam?
Outra questão é ainda esta: discute-se o problema da liberdade dos acessos viários e nunca o problema da redução do tráfego. Essa é a verdadeira visão do futuro. A propósito, alguém sabe que há um projecto para uma ciclovia de VRSA a Sagres?...
Outra questão é ainda esta: discute-se o problema da liberdade dos acessos viários e nunca o problema da redução do tráfego. Essa é a verdadeira visão do futuro. A propósito, alguém sabe que há um projecto para uma ciclovia de VRSA a Sagres?...