As estatísticas já determinam a prevalência do lixo têxtil relativamente ao conhecido e incensado plástico. Se este resíduo é observado e verificado em enormes massas de água, sobretudo no Pacífico, já aquele é socialmente consumido nos nossos corpos, pautados pela indústria da moda, e ainda mais necrófago pelo capitalismo explorador de mão de obra barata nos países da Ásia, e alargado pelo consumismo excedentário em todo o Ocidente. O Natal – transformado em ícone do consumo e da estupidez maquinal – dá um contributo decisivo para uma desgraça que nunca virá só. Nos dias que antecederam a moda das prendas, fruto de uma invenção generalizada, era ver os magotes de gente a fazer fila para as compras de roupa (desnecessária ao corpo, mas augúrio metafórico da alma) nos centros comerciais.