Por uma política multicultural da nacionalidade
[minha coluna em «A Voz de Loulé» de 1 de Julho 05]
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Começo por uma afirmação aparentemente peremptória: não houve qualquer “arrastão” na praia de Carcavelos. Este fenómeno, ampliado e manipulado até à exaustão, merece uma análise séria e rigorosa e isso é o que pretendo fazer.O conceito de “arrastão” decorre do fenómeno localizado no Brasil – sobretudo nas praias do Rio de Janeiro – e, como muitas importações ad-hoc, foi erradamente utilizado nos factos ocorridos em Carcavelos e em Quarteira, no Algarve. O que se passou nestes dois locais, foram meros incidentes praticados por jovens de forma espontânea, desorganizada e sazonal. Espontânea porque motivo do contexto local; desorganizada porque acto de prática adolescente, enquanto mecanismo de afirmação e de status juvenil; e sazonal porque marcada pelo momento liberal de final de aulas. A divulgação dos factos criaram o primeiro disparate: não foram 500, nem 100 jovens que se envolveram nos actos. Os próprios relatórios de polícia, divulgados pelo «Diário de Notícias» desmentem as notícias da imprensa e das televisões, apressados em dar o directo e provavelmente em vender jornais, numa época de folga da bola e de descanso do Parlamento(...)
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