O Luís deu-me o grato prazer da ofertança de «Algarve, todo o Mar» uma colectânea de poemas e prosas sobre o Algarve, editada pela D. Quixote há um mês atrás. São 431 páginas de Ramos Rosa, Casimiro, Gastão, Júdice, Luiza Neto Jorge, Lídia Jorge, só para citar alguns algarvios entre muitos outros e ainda outros que escreveram sobre o Mar (algarvio?). Entre muitos nomes “poéticos” de escolha duvidosa, a divina Providência e colega esqueceram-se de um dos maiores poetas algarvios vivos [nasceu 1955]. Talvez por ele não frequentar o millieu das coutadas e preferir acompanhar o bas-fond dos artistas. Só por isso, todos os dias serão dias de poemas seus:
Quando em Circe
Quando em Circe de súbito encontraste
Essa baía meiga onde aportar
Tu, Ulisses, urdidor de ventos e caminhos,
Que ilha por ilha em vão buscaste
Ítaca, a misteriosa, sobre o mar,
Festejaste com mel, canções e vinhos
Essas luas altas que beijaram o teu navio;
E a brisa difluindo veio ver
A flor estranha dos deuses em cuja haste
Cresceste para o sol, por esse rio
Que navegaste ao doce anoitecer
Quando Circe de súbito encontraste.
Fernando Cabrita, O Sul, Poemas Algarvios.
Quando em Circe
Quando em Circe de súbito encontraste
Essa baía meiga onde aportar
Tu, Ulisses, urdidor de ventos e caminhos,
Que ilha por ilha em vão buscaste
Ítaca, a misteriosa, sobre o mar,
Festejaste com mel, canções e vinhos
Essas luas altas que beijaram o teu navio;
E a brisa difluindo veio ver
A flor estranha dos deuses em cuja haste
Cresceste para o sol, por esse rio
Que navegaste ao doce anoitecer
Quando Circe de súbito encontraste.
Fernando Cabrita, O Sul, Poemas Algarvios.