«Um dia, mais tarde, num alfarrabista, descobri e comprei por bom preço uma raridade bibliográfica - um exemplar de Pão Ázimo (1931), que creio ser a sua primeira obra em prosa, ainda assinada por Adolfo Rocha. Já tentei lê-la dezenas de vezes e não consigo passar das primeiras páginas. A aridez e a fealdade daquela escrita irritam-me e deprimem-me. Eis a parte mais material da dívida que há muitos anos tenho para com Torga. Acho que já desisti mesmo de a saldar...». Ademar Santos no Abnóxio. Também a mim, tardiamente, aquela escrita húmida de terra e lenços negros me deixou triste, perdido do sol do sul: «Portugal», «Os Novos Contos da Montanha», «Os Bichos». E recordo quando Clara Ferreira Alves, na altura crítica literária, desancou em Miguel Torga no «Expresso». Caiu o Carmo e a Trindade!