[desmistificação IV de IV]
Desde os anos 60 do século passado que etnólogos e etnomusicólogos andam a mostrar que a música de expressão popular e étnica do Algarve assenta, também ela, numa diversidade musical: de fados, de embalos, de rodas, de balsos, de corridos, etc. Lopes Graça já o escreveu muitas vezes. Basta Lê-lo. Giacometti mostrou-o em muitas gravações. Basta ouvi-lo. Ora bem, entregar a música do hino à Orquestra do Algarve quer dizer o quê? Um poema pimba com uma música erudita. Pois é, percebo: o poema é para contentar o zé povinho com as larachas do Algarve e a música é para contentar os turistas que nos visitam. Bom, confesso, ainda não tinha percebido que o hino é para vender o Algarve no mercado interno e externo. Bom proveito! Produtos destes eu não compro, nem consumo mesmo à borla.
[este é o último dos quatro posts que, em conjunto, constituem a minha coluna em «A Voz de Loulé» que será publicada a 1 de Fevereiro]