Através do P. Gorjão cheguei aqui. Comentando a escolha dos cabeças de lista do PS às próximas eleições, e em especial a decisão de colocar Matilde Sousa Franco (MSF) no primeiro lugar da lista por Coimbra, o autor do blogue afirma:
«Parece-me uma péssima escolha. Não retirando os méritos da Sr.ª, que são muitos, continuando a considerá-la, como considero, uma mulher de fibra e de elevado sentido de estado, não posso deixar de achar que a sua candidatura, para mais como cabeça de lista (aceitaria com mais facilidade um local elegível mas de menor visibilidade), soa demais a uma vontade bacoca de "surfar" a onda de popularidade que ela, pelo braço do falecido Prof. Sousa Franco, seu marido, foi angariando. Ora eu sou contra explorar vivos e muito mais contra explorar mortos que mereciam outro respeito. É o caso».
As razões aduzidas no texto podem ter sido os pressupostos para o PS escolher MSF para o lugar referido, mas isso só penaliza a visão do PS. Mas as razões do texto (e que expressam o ponto de vista do autor) não deixam de ser puramente machistas. Considerar que uma mulher cavalga a “onda de popularidade” do marido, significa duas coisas: uma, que o autor não conhece o percurso de MSF; duas, que ele considera que nos papéis sociais de género, quem constrói a onda é sempre o homem, não percebendo o papel de suporte colectivo que a mulher representa, uma rectaguarda decisiva para o percurso de qualquer homem, tal como no caso referido. Situação que o próprio Sousa Franco reconhecia. Porque é que há gente que fala sobre tudo sem pensar em nada?
«Parece-me uma péssima escolha. Não retirando os méritos da Sr.ª, que são muitos, continuando a considerá-la, como considero, uma mulher de fibra e de elevado sentido de estado, não posso deixar de achar que a sua candidatura, para mais como cabeça de lista (aceitaria com mais facilidade um local elegível mas de menor visibilidade), soa demais a uma vontade bacoca de "surfar" a onda de popularidade que ela, pelo braço do falecido Prof. Sousa Franco, seu marido, foi angariando. Ora eu sou contra explorar vivos e muito mais contra explorar mortos que mereciam outro respeito. É o caso».
As razões aduzidas no texto podem ter sido os pressupostos para o PS escolher MSF para o lugar referido, mas isso só penaliza a visão do PS. Mas as razões do texto (e que expressam o ponto de vista do autor) não deixam de ser puramente machistas. Considerar que uma mulher cavalga a “onda de popularidade” do marido, significa duas coisas: uma, que o autor não conhece o percurso de MSF; duas, que ele considera que nos papéis sociais de género, quem constrói a onda é sempre o homem, não percebendo o papel de suporte colectivo que a mulher representa, uma rectaguarda decisiva para o percurso de qualquer homem, tal como no caso referido. Situação que o próprio Sousa Franco reconhecia. Porque é que há gente que fala sobre tudo sem pensar em nada?