Penso que todos perceberão o simbolismo das palavras do Daniel Vieira, na história, verdadeira, que conta sobre a opinião do poeta Cândido Guerreiro a propósito de umas obras que o seu pai (José Vieira) estaria a fazer na Fonte Grande (ler aqui). O que ele quer dizer é que, simplesmente, dever-se-ia ouvir as opiniões de pessoas entendidas na matéria que habitam em Alte e que têm defendido a sua terra, não impedindo o desenvolvimento dela mas fazendo-o de forma a respeitar a natureza e sobretudo o lugar sagrado, o santuário, que é a Fonte Grande. E não me digam que as pessoas não querem saber, ou não querem participar. A história de Alte mostra o contrário: se abrirmos todos os problemas à discussão as pessoas aparecem e dão ideias. O problema, meus amigos, é que a participação é uma marca decisiva que divide uns de outros. Há quem o queira e há quem o evite a todo o custo. O poder mantém-se e perdura assim: escondendo-se da arraia-miúda e decidindo em gabinetes.
No sábado, visitei a Fonte Grande com o Daniel e vi a escultura do poeta Camões que o Vieira construiu, profanada com um capacete das obras, como se simbolizasse a morte da poesia e da arte pelo betão e ambos (eu e o Daniel ) pensamos que se o José Vieira fosse vivo hoje só teria duas opções: ou impedia esta obra ou morreria de desgosto. E qualquer pessoa que o tenha conhecido sabe que eu não estou a exagerar.
No sábado, visitei a Fonte Grande com o Daniel e vi a escultura do poeta Camões que o Vieira construiu, profanada com um capacete das obras, como se simbolizasse a morte da poesia e da arte pelo betão e ambos (eu e o Daniel ) pensamos que se o José Vieira fosse vivo hoje só teria duas opções: ou impedia esta obra ou morreria de desgosto. E qualquer pessoa que o tenha conhecido sabe que eu não estou a exagerar.