A propósito de um post de Luis Ene, recordo que a única coisa que li de Gonçalo M. Tavares foi o poema "Carpo, Metacarpo e Dedos" que está inserido nos «Textos para Carlos Paredes-Movimentos Perpétuos». Lembro-me de ter sentido um arrepio e pensado quem seria aquele gajo que escrevia quase sobre o gume duma faca, fazendo das palavras farpas soltas lançadas no texto como se fossem barcos à toa. Mas tudo aquilo fazia sentido, Carlos Paredes estava lá no âmago dos versos. Depois, nunca me motivou ler o poeta dado que em todo o lado ele estava e isso aborrece-me. Por acaso, há momentos, na Bertrand, peguei no «Jerusalém» mas não o quis trazer para casa.