Basta ter visto os primeiros vinte minutos da entrevista do ex-primeiro ministro, na TVI, para perceber como estamos perante uma personagem em permanente negação. Daí que qualquer entrevista ou declaração de Sócrates seja pautada por recusas, discordâncias, papel de vítima e de ostracizado. O mundo que criou, numa bolha de representação de um papel de ficção, não tolera conversa ou debate tolerante em democracia. Resta pois, aguardar a deliberação do Tribunal da Relação ao recurso do Ministério Público e os julgamentos em tribunal posterior. Entretanto Sócrates vai vivendo a sua ficção na costa da Ericeira.