Como se não bastasse o trabalho extremo dos professores – de todos os níveis de ensino – com a parafernália de tecnologia, metodologias e tempo de trabalho – o governo quer agora impor aos docentes novas cargas de exploração do trabalho. Só podemos qualificar assim, à marxista pois claro, as sugestões adiantadas pelo grupo de trabalho que o governo de Costa criou, para apresentar relatório sobre a recuperação das aprendizagens perdidas. Dessas sugestões, que virão ou não no tal relatório a apresentar até ao fim do mês, constam propostas de alargamento de horário semanal, tutorias a Português e a Matemática e cursos de verão, entre outros. Mas nada se diz sobre quem assumiria mais essas tarefas. A carga de trabalho cairia sobre os professores, isso é certo. Mas, ao invés, há que reivindicar o que é preciso: mais docentes, mais funcionários para as escolas, emprego de educadores e de outros técnicos superiores nas escolas. Mas isso é abrir os cofres do ministério das Finanças, coisa que o governo do PS já mostrou que não quer, preferindo poupar os milhões do orçamento que deveria usar, e protestar contra a oposição que quer atribuir os apoios a que os trabalhadores têm direito.
Mas há quem fale sobre isto, e outras estratégias, melhor do que eu!