Em viagem até à fronteira espanhola, hoje, devo ter visto cerca de uma dezena de carros parados na berma da Via do Infante. Pelo menos três estavam acidentados. Mesmo assim, e apesar da chuva intensa e neblina cerrada, muitos condutores circulavam a mais de 120 à hora, alguns deles de luzes apagadas, com medo de gastar energia, certo? Bem dizia José Megre há vários anos: o problema da sinistralidade rodoviária não é causado pelo mau estado das estradas ou pela ausência de sinalização. Nem nessa altura nem muito menos agora. O problema, qual é então? A azelhice dos condutores. Essa é a verdade. Grande parte das cartas de condução saíram na farinha Amparo como sabemos e, por isso, se saúdam as novas medidas a implementar no próximo ano. Entre outras coisas, uma carta com pontos, que se retiram à medida que se multiplicam infracções, até à derrota final. E era bom que, no vidro dianteiro, as asneiras destes condutores estivessem bem assinaladas, através de cores apropriadas. Com a vida dos outros não se brinca.