Há livros por todo o lado: na sala, pendurados na estante, de cima a baixo, três metros de altura e seis de largura, no chão, em cima de mesas e de bancos. Depois, há a garagem, onde dormem muitos, em caixotes e pastas. Literatura e poesia, portuguesa, brasileira e internacional, muitos livros de ciências sociais e de educação, grande parte dos melhores autores de banda desenhada, muitas revistas clássicas e de divulgação. Para quê então comprar mais livros. Apesar de leitor compulsivo, decidi parar as aquisições de livros e voltar às estantes, aos clássicos, por exemplo. Que tal ler, de uma assentada, dois dos maiores autores da língua portuguesa, Machado de Assis e Eça de Queiroz? Apesar de competidores e de críticos um do outro – sobretudo Assis – o prazer de ler as inteligentes palavras de «Dom Casmurro» e de «O Crime do Padre Amaro», não tem preço; basta retirá-los da estante de onde esperavam há muito. Depois, ainda, quando não queremos comprar o que queremos ler de imediato, basta ir a pé à biblioteca de Loulé e requisitar o célebre, e ainda não lido, «Pela Estrada Fora», de Jack Kerouac, o manifesto da geração beatnick. A ler, a ler…