Nunca fui grande leitor da revista «Seara Nova». Apesar de lhe reconhecer um passado de oposição ao regime do estado novo e à ditadura salazarista, e de conhecer ou ser leitor avulso de alguns dos seus autores e textos, as minhas leituras eram mais radicais, e nesse campo, as que ultrapassavam a censura, estavam o «Comércio do Funchal» - o célebre ‘CF’ - e o «Notícias da Amadora». Entre as revistas do pós-abril de 74, tive tempo de passar os olhos por muitos artigos de «O Tempo e O Modo». Ambas as revistas, a SN e o TM passaram, nos anos de 1974-1975, para as mãos do PC e do MRPP respetivamente e, por isso, naturalmente não eram leituras minhas. Mas acontece que nem todas as revistas saem a público ininterruptamente, durante 100 anos, o tempo que a «Seara Nova» está comemorando por ora. Daí a importância de olharmos para a sua história, os seus fundadores, e o seu espólio extraordinário. Sobre isto, o esquerda.net publica um dossiê muito interessante, com contributos diversos, que vale a pena conhecer. Entre os documentos destaco o documentário (em 2 episódios) de Diana Andringa, que pode ver na RTP Play, na internet, ou para quem tem plataformas distribuidoras, agora também nas aplicações das operadores de televisão.