Portimão, 1 de Maio de 1974. Seis dias depois do 25 de abril, a extrema esquerda organizou o primeiro 1º de Maio em liberdade, em plena autonomia dos partidos 'burgueses'. Os partidos que giravam em torno da Junta de Salvação Nacional (dirigida por Spínola) e que tinham tomado a Câmara Municipal de Portimão (MDP-CDE, PS e PCP) juntaram as suas hostes e o povo no Largo da Câmara, enquanto nós, militantes das organizações marxistas-leninistas (CMLP, URML,ORPC-ML, entre outras) mobilizamos umas centenas de operários da EFACEC, EMPREITAL, Conserveiros e Pescadores e muitos estudantes. E o palco foi montado ali mesmo junto ao emblemático Rio Arade, No palco, depois de ouvirmos o José Miranda Justo declamar Mayakovski, o grande poeta e teórico russo, discursamos em defesa dos operários e trabalhadores de Portimão, prevendo as lutas que se aproximavam. Lá estamos, o Cabrita, a Manuela, o Bejinha, o Renato, eu, a Carmen e muitos outros e outras de que agora não lembro o nome. A história fizemo-la nós, assim.