A RIA FORMOSA
Na tarde, notavam-se as ausências no lago.
Onde estavam os flamingos rosa,
dormindo o dia nos aquilinos bicos?
E as correrias dos velhos galeirões,
mostrando quão perene é o nosso tempo?
Patos reais, porfírios azuis, nem as garças brancas
denunciam a vida, junto das sapeiras e das dunas,
nas águas salobras.
Talvez um apelo longínquo das gaivotas,
atentas ao desenrolar das estações,
ou o incómodo da primavera dos homens,
sempre dispostos a perturbar a serenidade
dos belos mundos
que desconhece.
(Helder Raimundo, poema publicado na revista «Máquina do Mundo» / Brasil)
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Outros cinco poemas inéditos estão já publicados na 2ª Zine do Eco dos Pássaros, ainda só para membros, mas em breve em livro.
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