quinta-feira, outubro 14, 2004

estádio do Algarve: um barco à deriva

Muitas vezes por semana passo junto ao "estádio de futebol do Algarve". Olho-o de longe e não vejo e nem sinto ninguém, como se fosse um mundo à parte. Penso que lá dentro alguém assinala num mapa as horas de utilização, de vida, daquele barco à deriva. As horas de rega, as rondas da polícia, os cm3 de água da chuva, o número das folhas que caem, os mirones que vão em romaria ao domingo santo. No outro mapa, o verdadeiro, os chefes assinalam os milhares que assistiram aos concertos, o número de miúdos que participaram nos torneios desportivos e os comparam com os milhões de euros que ali se enterraram para bem da pátria, da bandeira e da bola. Uma "vil tristeza", uma tristeza vil.