A Praia da Amália faz parte do magnífico conjunto de arribas de xisto e argilas do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Há muitos anos que circulo por lá, em férias, fins de semana, e muito antes em trabalho etnográfico nos anos 1982-1984. Em agosto deste ano deparei-me com os velhos estradões de terra batida desta costa todos alcatroados, entre a Praia do Carvalhal e a Zambujeira do Mar; presumo que nos Montes da Figueira Nova e da Alcaria do Clemente (que conheço muito bem) e na ligação à estrada nacional, tudo esteja também pintado de preto. E quase que apostava que a responsabilidade das obras é das Câmaras da área, submetidas ao jogo aldrabão do capitalismo moderno das agro-indústrias dos frutos vermelhos, dos relvados e da exploração da mão de obra asiática. Para se perceber melhor o que lá está em jogo é importante ler a excelente reportagem de Elisabete Rodrigues do Sulinformação (carregar sobre a palavra sublinhada).