terça-feira, dezembro 20, 2005

Os poemas da "Máquina"

A RIA FORMOSA

Na tarde, notavam-se as ausências no lago.
Onde estavam os flamingos rosa,
dormindo o dia nos aquilinos bicos?
E as correrias dos velhos galeirões,
mostrando quão perene é o nosso tempo?
Patos reais, porfírios azuis, nem as garças brancas
denunciam a vida, junto das sapeiras e das dunas,
nas águas salobras.
Talvez um apelo longínquo das gaivotas,
atentas ao desenrolar das estações,
ou o incómodo da primavera dos homens,
sempre dispostos a perturbar a serenidade
dos belos mundos
que desconhece.
*
Este e outros dois poemas meus podem ser lidos na Máquina do Mundo, revista brasileira de poesia, no número de Dezembro 05.