quarta-feira, dezembro 21, 2005

As razões do espia de balneário

Nunca escondi que alguma vez achasse este homem competente. Escrevi várias vezes sobre o perfil militarista e patridiota (como lhe chama Vale de Almeida) que ele impôs à selecção de futebol e sobre o populismo nacionalista das bandeirinhas chinesas que levou a pátria dos outros a erguer nas janelas. É claro que em tempo de vacas magras e valores enlameados há sempre lugar para o messianismo do “rigor, da competência e da autoridade”. A presente campanha presidencial é disso excelente paradigma.
Agora vir dizer que Baía e João Pinto não são convocados por “razões de balneário”, prova o que sempre dissémos. E não adianta pensar que estas reacções, de quem acha que Scolari deveria deixar o cargo de seleccionador, é xenófoba, só porque é brasileiro (a propósito experimentem propor Mourinho para o lugar de Parreira). Muita gente que andava satisfeita com os resultados do Euro/04 já deu a mão à palmatória e já percebeu que o homem não tem qualquer cultura democrática. A sua presença na selecção portuguesa é de mero interesse comercial. Agora também era bom que os responsáveis pela sua presença deixassem o lugar de meros amanuenses.