Não deixarei terminar o dia sem falar da aprovação, pelo parlamento espanhol, da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo género. Falo em género, uma expressão mais moderna e menos discriminatória - hoje usada nas ciências sociais -, para colocar o acento tónico na personalidade e não só no elemento biológico de diferenciação (o sexo). Elemento usado, quase sempre, pelos opositores da igualdade de direitos no casamento entre pessoas do mesmo género, para contrariar um simples contrato civil de conjugalidade. A Espanha, prova que caminha para uma sociedade cada vez mais moderna e civilizada, na qual se respeita a escolha e orientação sexuais dos cidadãos, sem coarctar as suas opções de vida. Em Portugal, ainda estamos na discussão sobre se se discriminaliza ou não a interrupção voluntária da gravidez, se os medicamentos sem receita médica se poderão vender fora do monopólio das farmácias, se os empresários devem ou não pagar as dívidas ao fisco e à segurança social. Um atraso que se acentua cada vez mais devido, em parte, às hesitações de um socialismo envergonhado e ainda tão marcado por um falso laicismo no poder de estado.
A propósito, aconselho a leitura do interessante post do meu colega Miguel Vale de Almeida.
A propósito, aconselho a leitura do interessante post do meu colega Miguel Vale de Almeida.