Faz hoje um ano, a 23 de Abril de 2004, escrevi sobre as minhas memórias do dia 23 de Abril de 74:
«Naquele dia vinha preocupado, apesar das conversas brejeiras dos meus 17 anos e 7 meses, percorrendo a automotora de bancos de madeira, de um lado para o outro, falando para me ouvirem sobre a guerra, sobre o 1º de Maio que se aproximava. Na altura andava a ler “O Processo” de Kafka, algo que os meus colegas da equipa de futebol de juvenis do Silves FC muito estranhavam, enquanto jogavam bilhar e me viam de olhos trémulos sobre o livro. Por isso, estava um pouco cansado de aldrabices e fantochadas. No comboio viajava um homem, que desconhecíamos, mas cujo interesse pelas nossas conversas também nos assustava. O certo é que desceu atrás de nós, em Portimão, e nos seguiu até ao centro. Nunca soubemos, mas a suspeita de que era um bufo da PIDE era forte». Pode ler o micro-conto aqui.
«Naquele dia vinha preocupado, apesar das conversas brejeiras dos meus 17 anos e 7 meses, percorrendo a automotora de bancos de madeira, de um lado para o outro, falando para me ouvirem sobre a guerra, sobre o 1º de Maio que se aproximava. Na altura andava a ler “O Processo” de Kafka, algo que os meus colegas da equipa de futebol de juvenis do Silves FC muito estranhavam, enquanto jogavam bilhar e me viam de olhos trémulos sobre o livro. Por isso, estava um pouco cansado de aldrabices e fantochadas. No comboio viajava um homem, que desconhecíamos, mas cujo interesse pelas nossas conversas também nos assustava. O certo é que desceu atrás de nós, em Portimão, e nos seguiu até ao centro. Nunca soubemos, mas a suspeita de que era um bufo da PIDE era forte». Pode ler o micro-conto aqui.