A obra clássica de Art Spiegelman, «Maus-A história de um sobrevivente», foi escrita entre 1976-1986 (o 1º volume), tendo o segundo sido escrito entre 1986-1991. Não é só uma das melhores leituras sobre o processo psicológico do nazismo – a sua moral e cultura e a sua suposta verdade opressora – mas sobretudo é uma estória de exorcização da geração que sucedeu aos sobreviventes. Sobrevivente foi Vladek Spiegelman, pai do autor, que mantem no pós-holocausto as técnicas e estratégias de recusa e resistência aos ‘gatos’ nazis. Ele, e as outras personagens, desenhadas como ratos, é o protótipo de uma cultura que Art quer esquecer e sublimar, não enquanto memória mas como presente permanente.
Tenho as edições de 1997 (v. ii) e 2001 (v. i), e voltei a lê-las com o prazer absoluto e a certeza de um não regresso destas histórias.