Foi o Pedro Mexia que me chamou a atenção para o novel site da Biblioteca Nacional de Portugal, sobre a vida e a obra de Alexandre O’ Neill. O poeta surrealista é um dos meus preferidos, uma linguagem cheia de humor e da verve irlandesa («Ó Portugal, se fosses só três silabas…»).
Em 1980, no Concurso A Prata da Casa, tive a oportunidade de, na segunda jornada, em competição com a equipa da Guarda, representar o poeta no sketch que a equipa de Faro apresentou. O texto (que ainda tenho guardado, mas que agora não o vou verificar) era uma adaptação de uma peça que o Zé Louro tinha encenado, e que a nossa equipa concebeu de modo a que os membros do júri do concurso fossem os personagens principais. Lembro-me de estar deitado no chão do palco do Teatro Villaret em Lisboa, com uns óculos de massa característicos de O’ Neill, debitando uma melopeia sobre o declínio da poesia. Não recordo a pontuação da prova mas sei que, depois de ganharmos a Évora, perdemos contra a equipa da Guarda. A RTP destruiu os arquivos do concurso e só algumas filmagens da altura poderão ser testemunhas destes tempos.
(Deixo no sidebar o desenho de André Carrilho que permite o acesso ao site do Caixa Dòclos)