Ontem, muitos populares dos concelhos de Vila Real de Santo António e de Castro Marim desenvolveram uma ação cívica de participação no espírito do 25 de Abril de 1974. Contrariando e contestando a inércia e passividade das autarquias e demais entidades responsáveis, vários ativistas - entre os quais elementos da Comissão de Utentes da Via do Infante - pintaram duas passadeiras de peões e ciclistas na rotunda de Vila Nova de Cacela e em Altura, ambos os locais na EN 125. O primeiro caso é gritante: o trajeto de passeios e ciclovias desemboca no asfalto da EN 125, sem qualquer passadeira, obrigando as pessoas a autênticos malabarismos na travessia. O segundo caso, em plena estrada nacional sem visibilidade, obriga a população a esperar 'sentada' que algum condutor mais benévolo permita a travessia, pois não há qualquer local assinalado para os peões. Com o estado atual da EN 125 entupido de trânsito e a Via do Infante às moscas, a vida das populações que habitam ao largo da estrada nacional está transformado num inferno. "O estado a que as coisas chegaram" obriga a atos de participação e resistência cívica, mesmo contando como o de ontem, com a chegada de forças dissuasoras da Guarda Nacional Republicana, dispostas a ameaçar os ativistas.