A Associação 25 de Abril, que conjuga o espírito dos capitães de Abril, em torno do ex-MFA, recusou-se a participar este ano nas cerimónias oficiais do 25 de abril, na Assembleia da República. Marina Costa Lobo, politóloga, acha que as instituições são autónomas da ideologia e por isso discorda da posição dos capitães. A posição do sociólogo Teixeira Lopes é favorável, por considerar que a Associação se sente defraudada pelo poder atual.
É evidente que estamos perante posições ideológicas e que o que está em causa é uma leitura política do poder atual, tal como deve ser mesmo a política de análise crítica dos problemas sociais. Se a posição dos capitães fosse a de respeito neutro pela ideologia de poder do Estado Novo, o fascismo nunca teria sido derrubado. Trata-se, pois, de uma afirmação ideológica de rutura, que abre caminho a uma leitura de resistência contra o fascismo austeritário e a busca de novas revoluções sociais.