Foi esta a canção que serviu de base à performance do artista Afonso Rocha, na iniciativa de apoio a Timor, que fizémos em Loulé, em 1992, uma história que vos estou a contar há alguns dias. Tive que repetir a mesma música, na cassete (Ah, velhos tempos), imensas vezes. Só assim o Afonso poderia acompanhar, com música, as pinceladas doidas que esbatia na prancha de aglomerado de madeira, colocada no passeio da avenida José da Costa Mealha nessa manhã de sábado, 8 de Fevereiro. Depois das pinceladas a vermelho e negro, o Tó Zé, um amigo nosso, simulava uns disparos contra uns estudantes que tinham vindo da Escola Secundária (gente boa, esta), os quais caíam para dentro de um caixão. O caixão foi o tour de force do Afonso, que nos obrigou a arranjá-lo. Foi o Albano que o conseguiu, em Loulé, pedido estranho a que a funerária depressa aludiu. Sem tal peça, ele (artista sempre exigente) nada faria. Mas a malta lá providenciou o caixão e a música "Timor", dos Trovante, que aqui se dá a ouvir para acompanhar esta memorialística.
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[nota às 9.49h de 3ª: parece que Ramos Horta lidera a contagem de votos nas eleições para a presidência de Timor]
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[nota às 9.49h de 3ª: parece que Ramos Horta lidera a contagem de votos nas eleições para a presidência de Timor]