A chamada “cruzada anti-americana” continua a ser alvo de textos sociológicos. Pacheco Pereira escreve no Público sobre a metáfora religiosa da condenação americana. Quase sempre se atropela confundindo conceitos importantes, como o de povo e de poder. Talvez porque a tragédia de New Orleans mostra a verdadeira face de uns Estados Unidos dilacerados por um fosso cada vez mais extremo entre pobres e ricos. O último relatório do PNUD mostra isso (link uns posts abaixo). É evidente que disso já se sabia. Mas a tragédia tem sempre este efeito, sobretudo se ampliada pelo furação dos media. Mas o mais interessante é verificar a clivagem interna nos EUA. E mesmo aí, insuspeitos e conservadores analistas vêm defendendo a mesma opinião (ver The Economist). A de que a administração Bush foi incapaz, e está a sê-lo, de atacar o problema (vê-lo aqui a tocar guitarra no dia do furação). Por que se trata de um problema de classe: de um problema de pobreza no seu país.