quinta-feira, setembro 29, 2005

A magistratura de Soares

«Podemos imaginar a "magistratura de influência" de Soares abrir as portas a tudo o que é contestação ao Governo, apoiando ajuntamentos de rua, manifestações unitárias, congressos vagamente "de reflexão", além de conspirar para mudar o PS e expulsar Sócrates, os herdeiros de Guterres e, agora, de Alegre.Porque, a verdade é esta se Soares não vem fazer isso, que é o que sabe fazer bem, que vem Soares fazer a estas eleições? É preciso saber. É por isso que os jornalistas, "eles", devem fazer perguntas.».
[Francisco José Viegas no Jornal de Notícias de hoje]

Spam

A partir de agora, e durante algum tempo, até o spam esquecer as referências deste blogue os comentários ficam fechados. Quando a paz voltar ou encontrar algum filtro para o lixo, a caixa retornará. Até lá o Email, que tem alguma protecção, pode ser usado pelos leitores.

Quem é que querem convencer?

Jorge Coelho, ainda há pouco na Quadratura do Círculo, lá afirmava a contento que o PS só tem um candidato à presidência. Que se saiba Manuel Alegre não é militante destacado do PS, uma das suas referências históricas, vice-presidente da AR, ex-candidato a líder do partido e falante num comício da campanha. Portanto, diferente de Soares, que segundo Coelho deve ser tudo isso.

O regresso da Revolta

Há tempos, José António Barreiros deu por finda a sua presença na blogosfera. Agora que arrumou a casa, ou melhor, os casos, voltou com a Revolta das Palavras, um blogue construído com palavras certeiras sobre literatura, política, sociedade. Aliás a Revolta veio no seguimento da saída do autor como colunista do DN, onde escrevia sobre esses temas. Mas JAB vem, desta vez, com muitas outras facetas: literatura, direito, história. Tudo em blogues diferentes. A ler com atenção!

terça-feira, setembro 27, 2005

Quantos são, quantos são?

Como se esperava, a candidatura de Alegre começa a incomodar cada vez mais.

A moda é a mãe

Tinha-me esquecido de ler a coluna do Alexandre. Tudo por causa do debate do século.

Icterícias

«Do fundo dos lençóis brancos e lavados ela sorriu amarela no sorriso e na tez bonita e eu perguntei-lhe o que pensava do doutor Cordeiro e do ministro Campos e do doutor Nunes e dos outros doutores todos que abundamos e ela não respondeu e perguntou-me se eu também queria saber o que ela pensava de mim e eu disse que não sabia se queria.». A ler no Blogame mucho.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Filho pródigo volta sempre

Fora do Mundo há algum tempo, Pedro Mexia voltou à blogosfera with a new skin for the old ceremony.
Entretanto o nosso LN parte para outra estrada.

Certeza socrática

É evidente que a Sócrates - com a sua crescente tendência para a vitimização - interessa-lhe governar com um presidente à sua direita. Só assim justificará a sua política nos próximos tempos, difíceis, muito difíceis. Por isso Soares não é o presidente que lhe interessa como opositor. Por isso apostou nele para perder contra Cavaco. Só que o aparecimento de Alegre baralhou as suas contas. E isso irrita-o como nunca.
[Ver também aqui].

Alegre que o põe triste

As respostas, "riscadas", de Sócrates aos jornalistas sobre qual era o candidato do PS só querem dizer uma coisa: ele não está preocupado com a eventual derrota de Soares contra Cavaco. Ele agora está é preocupado com a eventual vitória de Alegre sobre Cavaco. Cappice? Amanhã explico.

domingo, setembro 25, 2005

Alegre ma non troppo

Aí está: Alegre já é candidato à presidência da república. Muitos alimentavam esta esperança e ela aí está para pôr os cabelos em pé a Sócrates e irritar Soares. Talvez assim possamos assistir ao apelo de Soares e do PS para votarem em Alegre na 2ª volta. Essa é a democracia.
Sei de alguém que desde ontem esfrega as mãos de contente.

Votos bem pagos

Quantos votos vale o pequeno parque infantil da Mira Serra? É a pergunta que se pode fazer, agora que a freguesia de S. Sebastião anda toda em alvoroço com as obras da campanha. Decerto valerá mais uns votos, para somar à demagogia populista do presidente da Junta com vista à sua reeleição. As Juntas e os partidos que as apoiam hoje, não são mais do que máquinas de caçar votos. Toda a disputa é feita sobre as obras que se fazem ou nunca se fizeram. Os cidadãos são esmifrados e abandonados durante quase quatro anos para depois assistirem a um chorrilho de aldrabices e a um gastadoiro de dinheiro. As campanhas não são só os cartazes que se colam. São sobretudo as obras que se fazem à última da hora.

Segredos de alcáçova

O caso Felgueiras cheira mal. E os odores talvez venham dos receios do que se contaria em tribunal no julgamento. Por isso Sócrates sabe que Felgueiras deve ser inocente. Por isso o PS envia Almeida Santos para apoiar a candidatura do partido em Felgueiras. Enquanto a outra faz o seu passeio na avenida.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Carpinteiros

Joana Amaral Dias, dirigente do Bloco de Esquerda, é a mandatária nacional para a juventude da candidatura de Mário Soares. Deve ter sido Medeiros Ferreira que a convenceu. Isto, por culpa de misturarem bichos carpinteiros de oficinas diferentes.

Ocupado

Pois é. Ocupado, muito ocupado, tenho andado por aqui. E por lá vou continuar.

quinta-feira, setembro 22, 2005

quarta-feira, setembro 21, 2005

Veja lá se a sua cara não aparece

Em Vila do Bispo (Algarve), um dos concelhos mais pobres do país, o PS gasta mais na campanha autárquica do que na capital do distrito. Tudo porque não há ninguém que não apoie Rui Correia: aquilo são pescadores, bodyboarders, reformadas, inglesas...

terça-feira, setembro 20, 2005

Uma poeta solar

FIM DO DIA

A tarde já ia no fim,
Fazia um destes calores!
Que eu fui para o meu jardim,
Bem para o meio das flores.

Ouvia as cigarras cantando,
Em coro uma sinfonia.
E assim iam tornando,
Tão belo esse fim de dia!

Via as lindas borboletas,
Livres pelo ar voando!
Amarelas, brancas e pretas,
Iam com a brisa brincando.

E eu via tanta beleza,
Senti-me embevecida.
Tão linda é a natureza!
Meu Deus, é bela a vida!

[Albertina Coelho Rodrigues, Do Sonho à Realidade, 2005]

Albertina é uma das muitas mulheres do mundo rural que cedo começou a trabalhar no campo, sem puder aprender a ler e a escrever. Só o fez depois dos 60 anos. Mas sempre dela brotou a poesia sobre a natureza bucólica ou simbolista. É um oásis na poesia popular quase só entregue a homens. E as questões de género, aqui, não são dispiciendas, por que se trata de uma voz solar, de uma voz de poeta no feminino.

A pior das ignorantes

Ó Zé Pedro e não viste aí a águia de Bonelli?- Júlia Pinheiro para José Pedro Vasconcelos, nitidamente a chocarrear dos cidadãos que protestaram contra a instalação do quartel da 1ª Companhia, reality show da Tvi, que irá decorrer na área protegida da Serra de Sintra. E não se pode exterminá-la?

O pré-candidato

Cavaco não é ainda candidato. Mas as declarações que, hoje, fez na televisão, são já um programa de candidatura.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Eleições a que nos obrigas

Ontem, estive no lançamento do livro da minha amiga Albertina que depois dos 60 anos, quando aprendeu a ler e a escrever, começou a passar para o papel os poemas que sempre escreveu nos olhos e na fala. Na Biblioteca de Albufeira, lá estavam o presidente da Câmara e candidato a novo cargo e ainda o candidato da oposição e seu séquito, arrojando-se em voz alta aos cumprimentos à poeta. Estou como a minha amiga que escreveu o préfácio: já não há pachorra para isto.
[amanhã publico, aqui, um poema da Albertina]

Depois digam que o homem não é esperto

Não é difícil perceber que, para Sócrates, quem deve estar na presidência é Cavaco e não qualquer um ligado ao PS. Foi por isso que sempre se bateu por Guterres e depois por Soares, contra Alegre.

sábado, setembro 17, 2005

A ler,

com muita atenção, os últimos posts de Luís Guerreiro. Por lá andam António Botto, Raul Brandão e outros anónimos com história. Antes das férias lá esteve o José Craveirinha.

Sena

De uma beleza extraordinária: o documentário sobre Jorge de Sena na 2:. Beleza, sobriedade e rigor no trabalho sobre o literato perseguido pelo fascismo e ostracizado pelas capelinhas do neo-realismo moribundo. Tudo oficial, como ele diria. Não se esqueceu a recusa da Faculdade de Letras de Lisboa - em convidá-lo para docente -, manipulada, na altura, por Jacinto do Prado Coelho.

Fait-divers

Asneira da grossa. No último Voz de Loulé, a Dra. Maria João Portela, na sua habitual crónica de fait-divers, repete o erro dos preguiçosos e indigentes investigadores: Alte, “a 2ª aldeia típica mais portuguesa”. O que diremos à sra Dra? Talvez lembrando o que diz este nosso amigo.

"Contrasenso" convida:

Todos contamos histórias e eu até as escrevo
*
Todos contamos histórias, essa é que é essa, ainda que uns o façam muito melhor do que outros e com mais frequência. Diz-se que a necessidade aguça o engenho, e talvez por isso a maior parte de nós apenas conte histórias quando tem de arranjar uma qualquer desculpa. No entanto, contar histórias é talvez a característica que mais nos define como humanos e, como disse a começar, todos o fazemos. Alguns de nós até as escrevem, como eu, e gostaria de partilhar a minha experiência nesta área escrevendo com vocês algumas histórias muito pequenas, em que se mostra mais fácil perceber como são feitas.
É claro que se escreve escrevendo, tal como se faz qualquer coisa fazendo-a, por erro e tentativa, e é isso que vou fazer. Primeiro é preciso começar. Uma qualquer pequena frase (ou ideia) é suficiente.
Como por estes dias tenho ouvido falar muito do Euro Milhões e do que aconteceria a quem o ganhasse, é mesmo por aí que vou começar: "um homem ganhou o maior prémio de sempre no Euro Milhões". É afinal o que todos gostaríamos, mas o que aconteceria? Pois bem, a história poderia ser aquela mesma que todos sonhamos: (1) Era uma vez um homem que ganhou o maior prémio de sempre do Euro Milhões e viveu feliz para sempre.
No entanto, e espero que concordem, seria uma história bastante comum e aborrecida: sem mistério e sem surpresa. Vejamos pois outra possibilidade: (2) Um homem ganhou o maior prémio de sempre do Euro Milhões. Depois acordou, e foi a correr entregar o seu boletim.
É ainda uma solução fácil mas já diz muito mais que a primeira, não acham? Faz-nos pensar, faz-nos rir, perturba-nos. Como fazer então? Por que não quebrar a relação causa e efeito que se estabelece normalmente entre o dinheiro e a felicidade? Por exemplo, assim: (3) Um homem ganhou o maior prémio de sempre do Euro Milhões. Durante algum tempo foi feliz. Depois, nem por isso. Mas ainda hoje é rico.
Está um pouco melhor, abre mais possibilidades, deixa mais margem de manobra ao leitor, mas pode-se sem dúvida ir mais longe. Não é invulgar que alguém morra ao saber que ganhou bastante dinheiro, é uma história que já todos ouvimos. Experimentemos uma variação: (4) Um homem ganhou o maior prémio de sempre do Euro Milhões. A mulher deu-lhe a notícia momentos antes de o matar.
Confesso que gosto mais, é uma pequena história negra, faz-nos rir de nós mesmos. E se eu ganhasse o Euro Milhões seria que a minha mulher me mataria para o receber? – perguntamos a nós mesmos e rimos, rimos ao mesmo tempo que ponderamos a possibilidade de a nossa mulher preferir o prémio a nós.
Também se pode perguntar o que seria menos provável que acontecesse a alguém que ganhasse uma grande soma de dinheiro. Já pensaram? De certeza que dará uma boa história: (5) Um homem ganhou o maior prémio de sempre do Euro Milhões. No dia seguinte suicidou-se. A decisão estava tomada há muito.
Contra todas as probabilidades ele não muda os seus planos de morte, e nós rimos um riso amarelo, intrigados e desconfiados dos nossos próprios desejos. Parece-me bastante bem, modéstia à parte.
Claro que podia continuar a contar histórias a partir dessa frase, mas este artigo está a chegar ao fim, por isso só acontecerá se vocês o fizerem. Estejam à vontade, contem mais histórias.

[Luís Ene- publicado na Voz de Loulé de 15 de Setembro]

sexta-feira, setembro 16, 2005

Vendemos tudo

A avaliar pelo despacho sobre a venda de medicamentos fora das farmácias, talvez se encontre uma boa solução. Depois de vender o Paulo Coelho, talvez os CTT passem a vender medicamentos sem receita médica. Eu aposto!

Nascimentos

A Sic informou: Britney Spears foi mãe, de cesariana. E já agora, o Público também: João Pinto e Mariza Cruz tiveram um filho.

Ó pra eles

Dois dias. Dois atentados: no primeiro 150; no segundo 15. Mortos, claro. E assim prossegue a pacificação e a implantação da democracia no Iraque. Só falta mesmo a Constituição.

f.

Fernanda Câncio (f.) voltou ao Glória Fácil. E desta vez com oito postas de seguida. Leiam esta: «bem me parecia que aquilo que o manuel alegre disse em viseu foi que não dizia nada sobre o que tinha a dizer. ainda ontem voltou aliás a dizer o mesmo».

quinta-feira, setembro 15, 2005

A ler:

sobre Macário e outros candidatos de Tavira no "Dolo Eventual".

Silêncio

Pronto, está bem, já que ninguém fala falo eu. Custa muito dizer que o Benfica venceu?

É por estas e por outras que sou não-alinhado

Confesso que também não percebi as perplexidades de Paulo Sucena, dirigente da FenProf (a federação sindical na qual se integra o sindicato em que estou filiado), ao referir-se à degradação dos professores por via do alargamento do horário escolar. Sabemos que os horários lectivos dos professores são longos, mas são só para alguns. Muitos fazem da profissão um descanso. E o mais importante: estar mais tempo na escola significa estar mais tempo com os alunos. A avaliar pelo estado do nosso ensino, será melhor reflectir antes de declarações do tipo das que são reproduzidas aqui (li-as também no Público de ontem). Talvez os professores pudessem aprender com os seus colegas das escolas profissionais, que passam 35 horas semanais nas suas escolas e, como se sabe, obtêm excelentes resultados. A prova é que todos os anos muitos alunos esvaziam as salas de muitas escolas públicas para enveredar por este tipo de ensino. E se o digo, é porque sei do que estou a falar.
*
Ler também aqui.

Para as contas do Tribunal

O PS perde-se em explicações sobre a competência técnica e a seriedade de Oliveira Martins, para justificar a sua nomeação para o cargo de presidente do Tribunal de Contas. Quanto a mim não lhe reconheci grande competência aquando da sua passagem pelo ministério das finanças. Como ministro da educação também não deixou marca que se visse. Talvez como presidente do Centro Nacional de Cultura seja mais reconhecido. Mas dando o benefício da dúvida, relativamente a competências e seriedades, o que se põe em causa são apenas motivos políticos: o facto de o indigitado ser deputado do PS, membro de comissões do parlamento e portanto detentor de informação decisiva, que será afecta a um cargo que se pretende fiscalizador, não só de interesses privados como se julga. Ora o governo, regendo-se pela fiscalização de si próprio, põe em causa a independência de poderes e a separação política dos mesmos. O caso do tribunal de contas não seria tão importante se fosse casuístico. Mas não é. O caso Vitorino acresce-lhe mais umas preocupações, perante a odisseia de ocupação do estado pelo partido do governo. O que, reconheça-se, não é bom para qualquer democracia.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Em defesa dos animais

Recebi no Email um vídeo da associação Animal sobre maus tratos a animais com vista à utilização das suas peles no vestuário da moda. A "estilista" Fátima Lopes é uma das visadas no filme já que, como se sabe, é uma pateta defensora das "peles naturais". Aviso que o vídeo é susceptível de criar constrangimentos. Para o ver clique na palavra sublinhada.

Leituras

Uma prosa deliciosa:
«O 11 de Setembro de 2001 marcou o início de uma guerra prolongada contra o terrorismo e provocou enormes fracturas no chamado mundo ocidental, civilizado, que se gabava de viver em paz, mesmo com a ameaça soviética bem presente, desde o fim da II Guerra Mundial». O autor domina como ninguém as relações de política internacional.
«A vida, na Europa, na América, na Ásia, em África e na Oceânia, alterou-se radicalmente a partir do 11 de Setembro». É um conhecedor profundo da geografia política.
«E na campanha presidencial o mais certo é não haver nenhum candidato de direita. Soares, Cavaco, Jerónimo, Louçã e Alegre serão todos de esquerda, com medo de Alá». E nada lhe escapa dos verdadeiros meandros dos candidatos presidenciais.
Também há quem diga que este autor bebe muitos cafés. Ele é um ex-subdirector do Diário de Notícias com direito a página online e às vezes convidado pelas televisões. Aprendamos com o mestre.

Dicionário do crente

Mudança para o futuro
honestidade para todos
coração com rumo
trabalho feliz
obra competência
dinamismo alegre
renovação a sério
tem solução.

O léxico do 9 de Outubro.

terça-feira, setembro 13, 2005

Populismo

Evito circular de carro pelas velhas artérias de Loulé. Por isso já há muito tempo que não passava junto do jardim do Bonnet, hoje parque de estacionamento provisório da Câmara. Quando dei por mim ia em sentido contrário. E tudo porque não há nenhuma perpendicular à Gil Vicente que não esteja em obras. Conheço aquelas ruelas há muitos anos, a degradarem-se quotidianamente num dos miolos mais interessantes da urbe. Hoje, parecia que perante os meus olhos desfilavam todos os dias dos últimos 12 anos, tudo concentrado nos poucos dias que faltam para as eleições autárquicas. E lembro-me que há tempos o António Almeida denunciou – e bem – esta pequena miséria escondida, sugerindo obras na área. Ninguém esperava é que o populismo fosse tão longe. A conclusão é que as obras não são do presidente da Junta mas do candidato independente do PS a presidente da mesma.
Almeida não queres fazer mais fotografias da freguesia? Vais ver que até 9 de Outubro é um ver se te avias.

Aulas

Há um ano atrás, quando se iniciou o ano lectivo, nem o primeiro ministro (Santana Lopes) nem o ministro da educação (David Justino) compareceram na abertura. Uma vergonha que muita gente denunciou. Apesar de algumas sombras a pairar, é de destacar o contrário, este ano. E lembrar que a Sic (o único canal que vi) falava da abertura a meio gás, hoje, quando a data para abertura do ano lectivo decorre até 16 deste mês. Um enviesamento jornalístico manipulador.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Post artístico

Só hoje, em Quarteira, é que descobri que o topónimo emerge do conceito de arte. Ai, se não fossem os marketeers das campanhas, que ignorantes que nós éramos.

domingo, setembro 11, 2005

Pós-colonialismo

O Expresso, deste sábado, na sua análise às previsões das eleições autárquicas refere-se ao distrito de Faro como sendo o Algarve, ao contrário da forma que utiliza para designar todas as outras regiões. Pós-colonialismo, é como se chama este conceito de legitimar as bajulações dos que vendem o Algarve todos os dias.

Pelos caminhos de Portugal...

Para não dizer que nada sabe das autárquicas tem uma oportunidade no Dolo Eventual. Então a rubrica Pelos caminhos de Portugal vale bem a pena. Dê uma vista de olhos clicando na palavra sublinhada.

Dique, dique

«Para José Pacheco Pereira (Historiador*, Público de ontem , link não disponível) há culpados para o desastre de New Orleans. A natureza e a os anti americanos primários. A natureza e os herdeiros do Cominform e do gaullismo. E os jornalistas claro...». Ler com atenção n'A Natureza do mal.

sábado, setembro 10, 2005

Esplanar

Para saudar o regresso de João Pedro George ao "Esplanar": críticas aceradas ao Equador de Miguel Sousa Tavares e muito mais. E não deixe de ler a excelente (e grande) entrevista com o nosso maior libertário (ou libertino, como queiram) Luiz Pacheco. Mesmo que o faça em vários dias.

Há quanto tempo não ouvia isto?

Água lita,
pirolita,
bacalhau,
sardinha frita.

Anda o meu filho mais novo a cantarolar a toda a hora.

sexta-feira, setembro 09, 2005

De volta ao anti-americanismo

A chamada “cruzada anti-americana” continua a ser alvo de textos sociológicos. Pacheco Pereira escreve no Público sobre a metáfora religiosa da condenação americana. Quase sempre se atropela confundindo conceitos importantes, como o de povo e de poder. Talvez porque a tragédia de New Orleans mostra a verdadeira face de uns Estados Unidos dilacerados por um fosso cada vez mais extremo entre pobres e ricos. O último relatório do PNUD mostra isso (link uns posts abaixo). É evidente que disso já se sabia. Mas a tragédia tem sempre este efeito, sobretudo se ampliada pelo furação dos media. Mas o mais interessante é verificar a clivagem interna nos EUA. E mesmo aí, insuspeitos e conservadores analistas vêm defendendo a mesma opinião (ver The Economist). A de que a administração Bush foi incapaz, e está a sê-lo, de atacar o problema (vê-lo aqui a tocar guitarra no dia do furação). Por que se trata de um problema de classe: de um problema de pobreza no seu país.
[Agradecido às minhas fontes: Causa Nossa e Bicho Carpinteiro.]

quinta-feira, setembro 08, 2005

As duas torres

Ontem Portugal empatou com a Rússia. Hoje jogam Torralta CIF e Sonae, daqui a pouco às 16 horas. Ao contrário de ontem todas as televisões transmitem. O primeiro ministro assiste. A Quercus também.

27º

O 27 é um excelente número para ter nas costas da camisola.

Crónica de uma chuva anunciada

Chuva, ainda pouca, molhando a poeira das estações anteriores e até do último inverno. Anuncia, talvez, água que aí vem. Água que irá entupir sargetas por limpar, inundar ruas e estradas à beira de valas cheias de entulho, folhas e ramos secos. Almancil e Quarteira e outras áreas baixas ficarão cheias de água? É quase sempre assim todos os invernos, depois de verões secos em que ninguém limpa nada.

Professores nos museus

Já agora, a propósito da notícia de Junho - sobre a possibilidade de colocação de professores sem trabalho nos serviços educativos dos museus - era bom que se aproveitasse o momento para regulamentar esta medida, de interesse para escolas e autarquias e em primeiro lugar para os professores não colocados, que devem ser cerca de 10.000.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Concursos de professores

Como previ aqui, alguns posts abaixo, a ideia lançada pelo primeiro-ministro, sobre a colocação plurianual dos professores do 1º ciclo ao secundário, pode não passar de uma promessa eleitoralista para arregimentar votos para o PS nas autárquicas. No debate sobre o tema, na Assembleia da República, a ministra da educação nada disse de concreto sobre o assunto escudando-se em pormenores técnicos que ainda não estudou. E disse mesmo que o tema foi uma decisão política do governo. Isso nós sabemos, mas seria bom que houvesse algumas ideias sobre o assunto para discutir com os partidos e os sindicatos, ou não?

TPCs

Na mesma linha, a introdução do inglês no currículo do 1º ciclo pode não passar de um fiasco. Prometida no quadro de uma revolução tecnológica, não se sabe o que se passa sobre a medida, e a ministra ainda não tem dados sobre o número de escolas que irão ministrar a língua. E as aulas começam no dia 12 sem que a ministra tenha feito o trabalho de casa.

Anti-americanismo primário

Para responder às acusações de anti-americanismo primário, que circulam na blogosfera, a propósito das críticas que se têm feito à incapacidade dos governos americanos em resolver o problema da crise provocada pelo furacão Katrina, o melhor é inspirarmo-nos num americano. Que tal, dizermos que a Administração americana consome os seus recursos humanos na guerra do Iraque ao invés de os utilizar na salvaguarda do seu povo (inspirado em David E. Sanger do New York Times).

De que lado estavam antes?

A morte do PP, de Portas, está bem expresso nos cartazes do CDS/PP: "De novo do seu lado".

terça-feira, setembro 06, 2005

Água e golfe

Um estudo da Universidade do Algarve mostra que os 31 campos de golfe no Algarve consomem tanta água quanto 60% da população algarvia. Nada que não se soubesse já. Entretanto, e como sempre, Elidérico Viegas (presidente dos empresários de turismo) vem dizer que este ano apesar de uma maior procura de golfistas, o consumo de água foi o mesmo. Percebem? É o mesmo que dizer que todos os campos de golfe projectados podem vir, sem problemas. Voltarei a este assunto.

Não dar cavaco a ninguém

A Sic Notícias pôs, hoje, à discussão as candidaturas presidenciais. Dum lado a esquerda: Jerónimo, Soares e Louçã. Do outro a direita: Cavaco. Na verdade, as três candidaturas de esquerda são conhecidas. A da direita é que não. Portanto, para que serviria esse debate da “Opinião pública”?

segunda-feira, setembro 05, 2005

Contrasenso convida:

Alternativas à terra queimada, precisam-se?

Em cada frase dos responsáveis políticos no poder, em cada artigo de jornais e revistas, nos documentos de estratégia e orientação para o desenvolvimento regional e municipal, está bem evidenciado que a actividade turística constitui o motor económico da região, e como tal, tem que ser salvaguardada e potenciada.
Apesar destas tão “evidentes” certezas é lícito duvidar. E muitos como eu duvidam, questionam-se sobre este modelo da economia regional, assente nesse pretenso motor.
Afinal para que nos serve o turismo, está a contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população residente e para a qualificação do território? Enquanto actividade económica produz receitas para a região, de forma a melhorar as suas infra-estruturas e serviços, e aumentar o rendimento das famílias?
Temos por vezes tendência para avaliar e julgar as actividades, os actos e os objectos, contrapondo pólos opostos: é bom ou mau, é simpático ou antipático, é bonito ou feio.
Não quero aqui trazer-vos, uma proposta de reflexão reducionista.
O turismo proporciona certamente um conjunto de contributos positivos para a região, mas também outros negativos.
Se formos capazes de pensar desta maneira, poderemos racionalmente posicionar-nos para que se corrija o que está mal e se valorize o que é mais correcto tendo em conta os que aqui vivem e a sustentabilidade deste território que deve ser por nós entendido como casa transitória que é preciso deixar cuidada e habitável aos vindouros.
Mas será esta, uma preocupação dominante?
Apesar das intervenções públicas referindo a sobrecarga do betão sobre a faixa litoral e a necessidade de salvaguardar e promover os valores naturais e culturais, reconhecendo-os como decisivos, continuamos a querer ocupar toda a frente de costa, se possível construindo o mais próximo possível do mar. Esquece-se mesmo a salvaguarda de pessoas e bens num quadro previsível de subida do nível das águas do mar ou da repetição de catástrofes idênticas às ocorridas no século XVIII, em que o mar galgou a terra, em alguns sítios até 3 e 4 quilómetros.
E os nossos produtos? Estão os agentes turísticos e as entidades oficiais preocupadas com a sua valorização, para que possam afirmar-se como genuínos da nossa oferta ?
As leis são obstáculos intransponíveis para os pequenos promotores e palco para os juristas das grandes empresas esgrimirem com os juristas da administração pública. O que sabemos fazer vamos abandonando, por problemas com a legalização e com a comercialização.
Quase tudo o que consumimos vem do exterior, do resto do País ou, sobretudo do estrangeiro. Logo, o que fornecemos aos turistas já anteriormente comprámos ao exterior. No Algarve, terra da laranja, até o sumo que se fornece em grande parte da hotelaria é feito com uns “pósinhos” ou a partir de concentrados importados, sabe-se lá de onde.
Afinal os grandes benefícios económicos que o turismo poderia trazer á região, contribuindo para o aumento da produtividade, naquilo que sabemos fazer e em que podemos apresentar particularidades que nos diferenciem não está a ser potenciado pela actividade turística.
E a paisagem, o património natural e construído, enquanto produto?
Perante a reconhecida betonização do litoral propõe-se agora aldeamentos de baixa densidade para o interior. Só que essa baixa densidade não reaproveita o património construído existente, não se propõe contribuir para a revitalização de aldeias e lugares quase ou praticamente abandonados, mas disseminados pelo território, numa escala de povoamento comportável que no passado, naturalmente o Homem foi encontrando.
A nova vaga, para ocupar o interior com actividade turística é afinal mais do mesmo como me evidenciavam há poucos dias. São os mesmos, modelos e operadores, que perante o esgotamento do negócio do litoral se propõem avançar para o interior. Não para recuperar ou valorizar o património natural, a arquitectura rural, as práticas e saberes dos residentes, mas sim para ocupar o solo, mais solo, com novas construções, continuando o negócio da especulação imobiliária que é o que dá dinheiro. E quando se acabar, acabou-se, que nada os prende a esta terra …e o dinheiro não tem rosto, nem afectos!
Por isso, reconhecendo a importância do turismo, não o concebo desenquadrado das pessoas, dos seus saberes, das suas actividades, da paisagem … Teremos a coragem de substituir, em nome da sustentabilidade e do futuro, a prática de terra queimada do presente?

Joaquim Mealha Costa
[publicado na Voz de Loulé de 1 de setembro]

Agosto/Setembro

«Este Agosto vai acabar precisamente às 19h17 de um dos últimos dias de Setembro. O dono do café anunciá-lo-á em breve. Todos os anos, com o início da estação do sal e da pele e das constelações das noites a sul, ele dedica-se a um estudo sem teoria consolidada. Está tudo anotado no caderninho de capa preta.». Leia o resto do excelente texto de TBR n' a.estrada.

Brumas do 18 de Brumário

É por estas e por outras que a blogosfera vale a pena: análises políticas e sociológicas que encontram sempre causas maniqueistas para os factos.

As promessas da rentrée

Boas notícias, são as medidas anunciadas por Sócrates sobre o novo modelo de concurso para a colocação dos professores nas escolas: de quatro em quatro anos para os professores do 1º e 2º ciclos e de três em três anos para os professores do 3º ciclo e do secundário. Esperemos que se cumpram, pois a rentrée é quase sempre tempo de atoardas para o ar.
A promessa de introdução do Inglês no 1º ciclo talvez seja elucidativo para o que disse atrás. Prometida como área de formação obrigatória, o Inglês não será ainda universal este ano no 3º ano do 1º ciclo, sendo apenas leccionada como actividade complementar ao currículo, em escolas que se candidataram para o efeito. Puder-se-ia ter feito muito melhor.

sábado, setembro 03, 2005

SOS

O jardim de S. Francisco está cheio de poemas destes, da autoria de Vitor Aleixo, candidato do PS à presidência da Câmara de Loulé:

..........Segurança
EducaçãO
..........Saúde

Prova de que, nem sempre, neto de poeta sabe versejar.

Vícios

Ainda os dedos e os olhos não tinham arrefecido, em Aviz, já Francisco J. Viegas volta ao trabalho. Mais Darwinista do que nunca. A ler, sempre.

Ingenuidades

Se alguém tivesse dúvidas sobre as estratégias mediáticas das televisões, os debates da Sic Notícias sobre as autárquicas serviam para convencer até os mais descrentes. A escolha dos concelhos em debate obedece a essa lógica de reality show: Matosinhos, Amarante, Gondomar. As autárquicas são, assim, transformadas numa espécie de quinta dos dinossauros da política, dos pseudo-independentes, dos indiciados da justiça, dos candidatos faz-de-conta. E a Sic alinha o seu programa, manipulando a peixeirada das lotas, do apito dourado e da oferta de electrodomésticos para caçar votos.

sexta-feira, setembro 02, 2005

O fim da invasão bárbara

Foi bom, hoje, jogar à bola com os meus filhos na areia quase deserta das Dunas Douradas, poisar as toalhas sem ter de desviar centenas de beatas sujando a praia e ir ao mar esbracejar sem tocar nos bronzeadores flutuantes.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Crónica «barlavento»

GOLFES E CASAS ILEGAIS NA RIA FORMOSA:UMA CRISE DE CIVILIZAÇÃO NO ALGARVE
[crónica publicada no jornal barlavento em 1 de Setembro]
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«Não vos tinha dito que a propalada crise do turismo no Algarve é uma panaceia para um muro de lamentações e pedinchices dos principais interessados: os empresários do turismo e os autarcas responsáveis pela crescente betonização do litoral? Claro que, agora, a conivência de governantes faz parte deste cartel». O texto completo pode ser lido no meu arquivo do Lobo das Estepes ou ainda no barlavento online.