Há 35 anos atrás um conjunto de jovens, selecionado no Algarve, iniciava a primeira experiência de formação à la carte, conceito que muito deve ao filósofo da educação Guy Le Boterf, num programa nacional designado Jovens Agentes de Desenvolvimento em Regiões de Emigração, com o acrónimo JADE. Para além do Algarve, também as regiões de planeamento Centro (Coimbra) e Norte (Porto), a cargo das suas próprias Comissões de Coordenação, selecionaram jovens até aos 30 anos de idade que, durante três anos, desenvolveram um regime de formação em alternância, com aulas em sala, visitas ao terreno, trabalho de campo e projetos de desenvolvimento local. No caso do Algarve, que é o que aqui me interessa (até porque a história do Jade tem muitas outras ramificações que não cabem neste pequeno hectare), o grupo construiu entre si um novelo de interações e de afinidades eletivas, algumas delas vindas de trás, dos movimentos associativos – os mais velhos – ou desenvolveu posteriormente histórias de trabalho e de vivência que se reforçaram no campo da profissão, da política, do lazer, que até hoje perdura. Claro que os almoços, os encontros, as fotografias, as boutades, contribuíram para tal. Mas foram aqueles meses, entre maio de 1987 e fevereiro de 1990, que deixaram a marca indelével.
(na foto o grupo do Algarve, com formandos e tutores, no pátio do Grande Hotel de Caldelas/Amares para o 1º Encontro Nacional do JADE e, diga-se, no qual o Algarve deu cartas).