terça-feira, junho 22, 2021

Adegas de prazer

Ela está escondida, discreta ao fundo da ravina, hoje um carreiro íngreme mas acessível; em tempos, era preciso conhecer o caminho entre estevas, para aceder àquela concha de areia branca, que beijava o mar atlântico agreste e ventoso, mas que ali atenuava. Com a maré baixa, a praia enchia de curiosos e distraídos que, vindos da praia principal, olhavam os nudistas, um pouco embaraçados ou voyeuristas. Há dias, num dia de sol entre outros dias de neblinas, lá estive com a minha companheira, naquele mar frio e doce de tão salgado.