quinta-feira, novembro 26, 2020

Um orçamento de governação com máscara

 

O Orçamento de Estado para 2021 lá passou com o voto favorável do PS, empenhado em gerir a crise com política à vista, sem qualquer interesse em medidas estruturais de resposta à crise social e económica. Para um ano mais de governação, comprou o PC com as miudezas que dão títulos nos cabeçalhos do Correio da Manhã, mas que ninguém recordará daqui a uns anos. Entretanto o núcleo central de uma governação de esquerda, com políticas arrojadas no campo do apoio social, da reforma séria do SNS, foram chumbadas com o epíteto da irresponsabilidade do Bloco. Apenas o Fundo de Resolução, que injeta milhões no Novo Banco, ficou à conta da Assembleia e não nas mãos da cedência do governo ao sistema financeiro de casino.

Para perceber melhor, e com mais detalhe, ler o texto de opinião de Louçã, no Expresso/Economia desta semana (apenas para leitores inscritos ou assinantes): 

É para empurrar as soluções para a margem que o Governo nem aceita normalizar as relações de trabalho, nem um investimento estrutural no SNS. Prefere comprimir as despesas de resposta à crise em soluções temporárias, que possam entrar nos fundos europeus, para em 2022 reduzir o défice com novas restrições. Pouco agora e menos no ano seguinte é uma solução para desastre.