quinta-feira, novembro 26, 2020

Alte e as asneiras da investigação travestida

De vez em quando damos com algumas ‘pérolas’ na Internet. Não estou a falar das redes virtuais, onde cabe todo o manancial de estupidez e asneiras. Mas de algumas investigações, que deveriam ter a responsabilidade de não divulgar um conhecimento desastroso. O nível académico está cada vez mais baixo e as teses de mestrado são disso um bom exemplo, que já tenho abordado aqui. Há meses dei com um estudo de mestrado sobre a economia da cultura em Loulé, que só agora fui ler com alguma atenção por ser uma área afim do que estou a estudar. Que desapontamento! A literatura sobre o tema é miserável, a metodologia inclui quatro entrevistas e as fontes são para deitar fora. Um exemplo, que reproduz um mito que tenho combatido: 

Com um aspeto pitoresco, a aldeia de Alte preserva e mantem as suas fiéis origens, tendo sido considerada a mais típica aldeia de Portugal. Um local de ambiente pitoresco, onde as suas casas simples em tons de branco se destacam pelas chaminés rendilhadas (p. 28) [Sara de Abreu, 2018, mestrado em Empreendedorismo e Estudos da Cultura, ISCTE]