Os nossos escritos são sempre autobiográficos. Mesmo que queiramos escrever sobre distopias e arcaísmos longínquos, as palavras brotam de nós, pela pele da escrita, como uma lava de vivências a encher o texto. A propósito do poema do Luís Natal Marques sobre a mercearia ambulante do senhor Pombinho (um nome afável para uma profissão esquecida), lembrei-me que em tempos escrevi também sobre a Ti Hermínia (ou melhor sobre o seu burro; também o Luís ilustrou o seu poema com um asinino), um microconto que publiquei na revista «minguante» (ler aqui).