SILVES
Olho o que resta do rio,
ao fundo do vale,
correndo entre os canaviais que o escondem,
como se fosse um encantamento de sede.
E recordo
as belas palavras do poeta árabe Ibn‘Ammar,
fazendo deslizar, suavemente, os seus poemas
entre o castelo, a praça e o rio Arade.
Breve instante,
a miríade gasosa de acidez da laranja baía,
convoca-me os dedos e os lábios para o seu amargo sabor doce,
entre as argilas barrentas do rio, as enguias caracoleantes e os rouxinóis.
Que saudades, de subir as íngremes histórias da cidade,
sentindo a frescura dos laranjais e as vozes dos poetas de Silves.
(poema publicado na revista literária brasileira «Máquina do Mundo»)
Mais poemas meus estão já na 6ª zine do Projeto «Eco dos Pássaros», iniciativa da Make it Happen (ainda só para membros>ver aqui )