Um casal cigano vareja uma oliveira na urbanização Boa Entrada em Loulé. Sujeitos a discriminações e preconceitos, os ciganos têm vindo, paulatinamente, a ser aceites na sua diversidade cultural. Um dos meios utilizados tem sido a sua integração nas comunidades, como coletores ou respigadores, de fruta, vegetais ou mariscos. Mesmo neste caso são acusados de roubo, por estarem a usar espaços e propriedades alheias, muitas delas abandonadas. No caso presente, também eu, e mais vizinhos, aproveitamos o desperdício de figos, azeitonas e amêndoas destas árvores, quase sempre à espera de cortes, devido à expansão urbanística dos terrenos das periferias da cidade. Recordo o sapiente José Vieira que, já nas décadas de 1950-1960, entregava a apanha da alfarroba a famílias ciganas acampadas em Alte, abrindo assim caminho à inclusão de etnias discriminadas.