Pacheco Pereira faz, neste post (linque), uma autêntica descrição da epistemologia da história. A propósito da sua conhecida obra sobre a vida de Álvaro Cunhal discorre sobre o trabalho do investigador, a análise das fontes, o fechamento dos arquivos políticos. Algo que os investigadores conhecem bem, quando se trata de contar outras histórias, que assentam em dados rigorosos e que cruzam várias fontes, documentais e orais e que muitas vezes as próprias fontes enviesam, ingénua ou deliberadamente. O PCP e o próprio Cunhal não estão imunes a isso. Pacheco Pereira percebeu-o bem e, não tendo um acesso seguro a uma eventual autobiografia de Cunhal, fez da sua escrita ficcional uma fonte não deliberada. A ler com cuidado e atenção.