Volto à carga. Em tempos tinha manifestado o meu desagrado pela presença de símbolos religiosos nas salas de aula (link). O que está em causa nesta posição é simplesmente a defesa do conceito de tolerância e a prática de respeito pela diversidade cultural e religiosa. Acrescenta-se o facto de o estado - essa invenção da modernidade - ser, entre outras coisas, definido como laico. Portanto, insuspeito de qualquer referência religiosa. Se o crucifixo é ou não uma marca cultural, respondo que sim. Contudo, ele deve ser visto sobretudo como marca religiosa, símbolo de uma religião específica e, por isso, a sua presença numa escola pública contraria os princípios atrás enunciados. Vem esta conversa a propósito da deliberação do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos relativa à queixa de uma cidadã em Itália. Ler mais aqui.