Se há coisa que me desagrada sobremaneira é o debitar excessivo de senso comum transformado em frases feitas, ideias preconcebidas e dislates de toda a espécie. Ao contrário de antigamente - tempo do saber assente na aprendizagem de demonstração e observação sucessivas - os tempos de hoje da cultura de massas, cheios de tecnologias, estão prenhes daquilo a que chamamos estereótipos. Esse tipo de pensamento já não está apenas presente nas ditas tertúlias de café ou nalguns jornais paroquianos e saloios. Com o advento da blogosfera é vê-los brilharem nas caixas de comentários, escondidos no anonimato dos nicknames mais pirosos que se possam imaginar. Por isso, é muito reconfortante ler alguém que faz do pensamento e do estudo a base da sua escrita e da reflexão sobre o mundo. A propósito de um post meu sobre "os ciganos", o João Martins mostra que sabe o que diz e prova por que razão o pode dizer. Felizmente há mais alguns que o fazem da mesma forma, todos eles acusados de serem intelectuais por aqueles que são o paradigma do estereótipo do ignorante público e descarado.