(…) No entanto, não há nada que intrigue mais os sociólogos que se dão ao trabalho de estudar esta charada que é o Brasil: por mais que cariocas, paulistas, mineiros, gaúchos, baianos ou nordestinos sejam diferentes uns dos outros, há qualquer coisa que os identifica em qualquer parte do mundo como brasileiros: a sua alegre rebeldia, o seu espírito de independência, o seu apego à liberdade, que um dia acabarão fazendo realmente do Brasil um grande país. E talvez de maneira inédita, capaz de deixar perplexos os futuros estudiosos da História.
Só não lhe falei na mulher brasileira. Não me arrisco a tanto. Prefiro dar por encerrada esta carta, vestir um calção e ir vê-la na praia. Indescritível. Sugiro a você que tome imediatamente um avião, venha para cá e faça o mesmo.
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Fernando Sabino, O Brasileiro, se eu fosse Inglês, finais dos anos 50.
Conversa de Burros, Banhos de Mar, Cotovia, 2006.