quinta-feira, março 17, 2022

A grande Casa Grande de Romarigães

«O vento, que é um pincha-no-crivo devasso e curioso, penetrou na camarata, bufou, deu um abanão». Este - juntamente com o início do romance de George Orwell, «1984» - é um dos mais interessantes princípios do verbo. O romance de Aquilino Ribeiro «A Casa Grande de Romarigães» (1957), editado pela Bertrand em 1980 (5ª edição), é um naco da história da aristocracia quase liberal de setecentos e oitocentos, sobre o poder das famílias rurais e a destruição dos patrimónios herdados e roubados nas terras do norte. Para quem não está habituado à linguagem culta, barroca e modernizadora de Aquilino, sirva-se de um dicionário de português, ali ao lado da mesa ou da cabeceira, para aprender geologia, botânica, direito e um pouco de história.